quarta-feira, 9 de março de 2011

Os Juros da Divida Soberana

Os juros da dívida pública portuguesa não param de crescer. Hoje (8/3/3011) as obrigações a dez anos tocaram nos 7,64% e os títulos a cinco anos chegaram ao recorde de 7, 68%.

Com variação de décimas, a divida soberana portuguesa permanece fortemente pressionada pelos mercados externos. Na próxima sexta feira realiza-se a cimeira europeia, que deverá debater o formato e a possibilidade de flexibilização do fundo de resgate das economias em dificuldades na zona euro. Situação, que poderá ser determinante para Portugal.

Esta quarta-feira, Portugal regressa ao mercado à procura de financiamento. O Estado quer colocar até mil milhões de euros em obrigações do Tesouro, a dois anos.

Na última quarta-feira, pagou quatro vezes mais pela emissão de dívida, do que há um ano.

Segundo o jornal “Público”, a China foi um dos interessados. O executivo de Pequim deu ordem de compra de 250 milhões de euros de dívida, porem, desconhece-se quanto conseguiu comprar.

O Banco Central Europeu (BCE) tem andado a comprar dívida no mercado secundário, mas na última semana não fez qualquer operação.

O Secretário do Tesouro norte-americano disse hoje acreditar que a Europa tomará os passos necessários para lidar com a crise da divida soberana.

De salientar ainda a inversao no sentido de valorização do Euro face ao dólar. Hoje, em Lisboa, cerca das 19h, o euro valia 1,3904 dólares, contra os 1,3977 dólares a que negociava no final de segunda-feira, dia em que atingiu 1,4012 dólares, o valor mais altos dos últimos quatro meses.

A possibilidade do Banco Central Europeu subir a taxa de referência no próximo mês - inalterada em um por cento há 22 meses consecutivos - tinha ajudado o euro a subir, mas a tendência ascendente quebrou hoje, com as incertezas face à cimeira europeia já referida.

A contribuir para a subida do dólar esteve hoje, também, a diminuição do preço do petróleo, depois do ministro do petróleo da Arábia Saudita ter dito que as reservas petrolíferas mundiais são "muito adequadas", apesar dos confrontos entre rebeldes e o regime líbio de Muammar Kadhafi terem feito cair a produção na Líbia.

Será que amanhã as gasolineiras portuguesas já vão reflectir esta redução nos preços dos combustíveis?

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