domingo, 24 de abril de 2011

O Défice das Contas Publicas

A ajuda externa antecipou a revisão das contas públicas e foi descoberto mais um buraco.

Em 19 de Fevereiro deste ano escrevia o “SOL” que: “ José Sócrates e Teixeira dos Santos vão utilizar o valor do défice de 2010 para contrariar a percepção de risco associada às contas públicas. O número definitivo ainda está a ser apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), para ser apresentado a Bruxelas em Março, mas, segundo apurou o SOL, o Governo antecipa que o défice fique em 6,9% do PIB, contra os 7,3%inicialmente previstos”.

A contrastar com o que acabamos de ler hoje, publicado às 22h31 no Jornal de Negócios e que diz: “Na sequência do pedido de ajuda externa apresentado por Portugal”, lê-se ainda no comunicado do INE, “houve necessidade de antecipar aquele calendário com o objectivo de compilar dados estáveis para 2010, que constituíssem o ponto de partida para as negociações em curso”.

De acordo com o INE, as duas equipas, portuguesas e europeia, “procederam a uma análise urgente daquelas questões, tendo sido todas elas clarificadas, sem haver necessidade de se proceder a revisões, com a excepção do tratamento a dar a contratos envolvendo Parcerias Públicas Privadas (PPP)”.O resultado dessa avaliação, que contou também com o apoio do Tribunal de Contas, foi um agravamento do défice público de 2010 em 871 milhões de euros, ou 0,5% do PIB. Este valor é basicamente equivalente ao investimento realizado em três PPP que passaram a ter portagens.

O défice público de 2010 passou a ser de 9,1% do PIB, cerca de 15,8 mil milhões de euros. O último valor apurado e enviado para o Eurostat a 30 de Março foi de 8,6% ou 14,9 mil milhões de euros.

Temos então uma correcção do Défice inicialmente divulgado de 6,9%, que foi alvo de correcção para 8,6% e afinal agora já vai em 9,1%. Onde vai parar?

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